quarta-feira, 25 de março de 2009

Precipitação

Mesmo que chova como sempre quando faz noite em sua casa, e o céu gelado da tua sala me convide a cair de sono pela paz imposta no silêncio da nossa fé. Os quadros continuam fazendo menção as horas que nossos olhos precisam explorar horizontes mortos, pra manter o brilho que resta no mais intimo da nossa espera.

Esperamos um ao outro com o mesmo tom de voz quase inaudível por entre nossos dias, sempre nublados, dizendo que não aguentamos. Certamente diríamos mais:

- Sempre existiram cores em algum canto, mas esquecemos, esquecemos como as crianças esquecem seus tesouros entre as décadas, e depois passam a viver tentando lembrar, de algum canto, alguma lembrança empoeirada num lugar seguro fora do seu caminho. -

E se pudéssemos retomar numa direção contrária a essa que caminhamos por alto em nossa vista, e sentíssemos nos dedos, a textura de mil coisas que nos encardia de vida e sol. Talvez lembraríamos.

E em qualquer lugar, em qualquer estação, numa casa cheia de rastros, tão cheios da corrente de ar invadindo nossas paredes, não nos esconderíamos da chuva.

4 comentários:

  1. Muito bom vê-lo de volta Dé...

    Um Beijo!

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  2. Achei bem legal isso aqui. Sei lá, acho que escrevemos mais ou menos parecido. Aparece no POIS É depois e comenta lá. Abraço

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  3. oohh que coisa linda de se ler...
    xeroo ai!

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  4. Você falando em chuva, em não se esconder da chuva... e a chuva lá fora! :)
    VOU NESSA! Obrigada por isso :*

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"Não me venha com mais infância"

De todas as infâncias aqui vividas, aqui postadas, aqui lembradas, eu não quero mais lembranças de uma infância. Seja sempre criança, não me venha com infância, infância é coisa de quem já envelheceu. Envelhecer é coisa de coração que vai morrer. Não me fale de infância, aqui somos eternamente esses olhos encantados.