quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Malabaristas, acrobatas, palhaços e ilusionistas.

Por poucos instantes ele sente o privilégio do sobrevoar por aquele cenário.

Vê a emoção estampada em todos os rostos de homens, mulheres, crianças, idosos e até alguns animais que se assustam com o espetáculo ininterrupto e barulhento. Um picadeiro cheio de palhaços armados alvejando com balas o público, que sentia na pele pasmos, espasmos e desmaios. A cena se arrasta escurecendo famílias inteiras sob a lona, a peça se aloja e atravessa corações, abarrotando num vermelho barrento os projéteis lançados.

Aves pirofagistas contracenam acinzentando com fumaça o céu, recortando nuvens secas com seus corpos de aço.

Ele vai se enchendo de uma honra imensurável, por saber que seu papel ali será fundamental.

Finalizando seu ato, se despede num choro apreensivo, era a única vez que faria “O Homem bomba!”

Mesmo que nunca estivesse preparado, seu desfecho fora perfeito entre os escombros. .

"Não me venha com mais infância"

De todas as infâncias aqui vividas, aqui postadas, aqui lembradas, eu não quero mais lembranças de uma infância. Seja sempre criança, não me venha com infância, infância é coisa de quem já envelheceu. Envelhecer é coisa de coração que vai morrer. Não me fale de infância, aqui somos eternamente esses olhos encantados.