Malabaristas, acrobatas, palhaços e ilusionistas.
Por poucos instantes ele sente o privilégio do sobrevoar por aquele cenário.
Vê a emoção estampada em todos os rostos de homens, mulheres, crianças, idosos e até alguns animais que se assustam com o espetáculo ininterrupto e barulhento. Um picadeiro cheio de palhaços armados alvejando com balas o público, que sentia na pele pasmos, espasmos e desmaios. A cena se arrasta escurecendo famílias inteiras sob a lona, a peça se aloja e atravessa corações, abarrotando num vermelho barrento os projéteis lançados.
Aves pirofagistas contracenam acinzentando com fumaça o céu, recortando nuvens secas com seus corpos de aço.
Ele vai se enchendo de uma honra imensurável, por saber que seu papel ali será fundamental.
Finalizando seu ato, se despede num choro apreensivo, era a única vez que faria “O Homem bomba!”
Mesmo que nunca estivesse preparado, seu desfecho fora perfeito entre os escombros. .