segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Santa ceia"


"Santa Ceia"

Que eu provei o vinho doce
Me embriaguei de álcool,
De mim
Bebi da minha saliva
Cuspi diariamente teu sangue
Que também me vazava pelos poros


Do teu chão arranquei meus joelhos
Sai da aridez da tua terra
E me lancei no mar
Desconhecido
Liberta(dor)

Chorei meu sal
Das inundações das minhas trompas
Da saída a entrada
De toda água que consumia
Filtrando
O mar

E nadei,
Nadei.
Por onde eu quis
Pros mesmos lugares
Até os braços
Cansarem e me deixarem
Comendo o sal
Das minhas lágrimas.
E
Sem mais forças
Com pulmão salubre
Regurgitei mais sal
Imergi em meu mar

Acordei na praia
Na mesma superfície arenosa
Caminhei de joelhos novamente.
E pra aliviar os meus pulmões
Do fogo do pecado.
Bebi do teu sangue
que agora me era inflamável

E vieste de braços abertos,
Quando engoli teu pão,

E te senti descendo na garganta
Por inteiro
Carne, sangue, unhas e pêlos.


André Ulle

3 comentários:

  1. " E vieste de braços abertos
    quando engoli teu pão,
    E te senti descendo na garganta
    Por inteiro
    Carne, sangue, unhas e pêlos. "

    Versos viscerais !

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  2. Você deve ter trabalhado bastante pra fazer esse texto,ficou muito booom!!!!!

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  3. meU o lirismo estÁ muito bom
    as idéias intaum
    cara tu eh poeta jah
    xD

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"Não me venha com mais infância"

De todas as infâncias aqui vividas, aqui postadas, aqui lembradas, eu não quero mais lembranças de uma infância. Seja sempre criança, não me venha com infância, infância é coisa de quem já envelheceu. Envelhecer é coisa de coração que vai morrer. Não me fale de infância, aqui somos eternamente esses olhos encantados.