Bodas de Ouro
Eu estava cinqüenta anos tardios, pra correr atrasado. Vivendo o nunca, que minhas rugas salientavam impressas na pele chupada pelo vazio do cerne.
Sobrava-me corpo por armazenar a metade de uma alma. No entanto pro deguste, ainda me faltava carne, me sobravam à falta de toques, na pele flácida que se desprendia no cansaço de meia alma.Só espero que essa noite seja a última, e que eu tenha forças pra nunca mais voltar.Mas por enquanto suspiro baixinho ao pé da sua cova:
- Boa noite meu amor.
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